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A. ESTRUTURA URBANA
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Como atrás se disse, neste capítulo fazem-se
propostas que contribuam de modo geral para uma definição
daquilo que são e serão as unidades escolhidas. Para tal,
identificaram-se áreas que, dentro do tecido urbano, têm
uma importância estratégica e que apresentam problemas
de cariz funcional (áreas devolutas ou semi-abandonadas), de
legibilidade (fraca definição do sitio e relacionamento
com a restante área ) ou ocupadas ilegalmente.
Umas designaram-se “Áreas de intervenção
Prioritária”, que, como o nome indica, necessitam de intervenções
novas e urgentes que redimensionem os espaços física e
funcionalmente, propondo programas de ocupação dessas
áreas que lhe dêem novo significado e importância.
Outras são denominadas “Áreas de Recuperação
Urbana”, que igualmente devem ser objecto de intervenções
de reestruturação, mas de menor escala, que qualifiquem
o espaço urbano articulando-o com a estrutura geral da cidade
e a sua imagem urbana. Em ambos os casos deverão ser aprofundados
os estudos, nomeadamente a realização de arranjo dos espaços
exteriores.
Desde já, em duas dessas áreas propõe-se
o seguinte programa:
Áreas de intervenção Prioritária
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Na Unidade G3:
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Interior da Unidade - Área ocupada por várias
habitações de génese ilegal, com baixas condições
de habitabilidade, e armazéns industriais em ruína que
propomos demolir, visto que não apresentam qualquer interesse
arquitectónico. Nesse espaço propomos a construção
de uma nova frente de edifícios de habitação que
realojarão as famílias entretanto desalojadas pelas demolições,
criando um novo espaço público interior de cariz muito
particular. Por baixo desse novo espaço público funcionará
o parque de estacionamento das novas habitações.
Será também demolido um espaço
pouco qualificado onde agora funciona uma creche provisória e
construído um novo espaço para essa função
social .
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Na Unidade H2:
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Vila Moreno - Área ocupada por várias habitações,
tanto de génese ilegal como de construção muito
deficiente, com baixas condições de habitabilidade que
propomos demolir, visto que não apresentam qualquer interesse
arquitectónico. Propomos a construção de uma nova
frente de edifícios de habitação que realojarão
as famílias entretanto desalojadas pelas demolições,
criando um novo espaço privado interior, onde só os residentes
poderão aceder.
Vila Dias - Área ocupada por várias habitações
de génese ilegal, com baixas condições de habitabilidade
que propomos demolir, visto que não apresentam qualquer interesse
arquitectónico. Propomos a construção de uma nova
frente de edifícios de habitação que realojarão
as famílias entretanto desalojadas pelas demolições,
junto da Vila Amélia Gomes, completando assim esta vila e dotando-a
de uma imagem urbana mais clara.
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Áreas de Recuperação Urbana
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Para estas áreas propõem-se medidas de qualificação
do espaço edificado e natural, proporcionando a sua plena utilização
com novos conteúdos e significados urbanos.
Na Unidade G3:
Vila Maria Luíza / Escola / antigo “palácio”
- Reabilitação destes imóveis mantendo a sua traça
original e implementado uma melhoria funcional que passa por privilegiar
a função mais importante do edifício (por exemplo,
na escola todo o edifício ficará ocupado com essa função)
Centro Comercial - Reestruturação do
edifício e adaptação as novas exigências
funcionais para espaços como este. Afirmação deste
edifício como principal ponto comercial da área do plano
e da área envolvente.
Na Unidade H2:
Vila Dias - Reabilitação dos edifícios
com possíveis modificações estruturais e limpeza
das construções clandestinas. Construção
de novos acrescentos aos edifícios, mas de uma forma organizada,
para colmatar as necessidades de melhores condições de
habitabilidade.
Vila Rogélia - Reabilitação dos
edifícios e construção de dois outros que irão
rematar a vila.
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Estruturas Verdes e Vegetação (valorização
paisagística)
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Constituem elementos determinantes na caracterização
da estrutura vegetal: os logradouros e jardins privados, os jardins
públicos, os alinhamentos de árvores em vias públicas,
as hortas públicas e privadas e os espaços de acentuado
declive ocupados com vegetação.
Os logradouros, jardins e hortas privados constituem
áreas de salvaguarda, incluindo-se os muros que os delimitam
do espaço público, mantendo-se a privacidade das áreas,
as suas características e significado urbano.
Da mesma forma os elementos vegetais de usufruto público
são objecto de valorização e organização.
São propostas novas áreas verdes em articulação
com o tratamento dos espaços públicos, de forma a satisfazer
as carências de espaços de repouso e lazer devidamente
equipados.
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Finalmente, referem-se as zonas não construídas,
mas que enquadram a área em estudo ou elementos importantes.
Propõe-se assim a criação de um
Parque Urbano, já referido pelo PUZRO, num local de declives
acentuados, diminuindo assim a elevada necessidade de espaços
verdes nesta zona da cidade. O parque será organizado em função
dos declives, das perspectivas visuais e da relação com
os espaços envolventes, e será interdita a construção.
Para além do conjunto de espaços já
identificados propõe-se o maior cuidado e respeito por todas
as espécies vegetais existentes, tanto nos espaços públicos
como privados e interiores de quarteirões, de modo a manter-se
o equilíbrio existente entre construção e vegetação.
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Usos do solo
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Quanto aos usos do solo, pretende-se:
O controlo da utilização do solo, nomeadamente
da reutilização dos edifícios por novas funções,
impedindo a terceirização ou a instalação
de outros usos contrários a manutenção da qualidade
de vida e incompatíveis com a habitação.
A substituição de alguns usos indesejáveis
na zona, quer por razões de segurança, salubridade, ruídos,
cheiros ou outros incómodos para a habitação.
A aquisição pela C.M. Lisboa de edifícios
e terrenos como parte da estratégia de infra-estruturação
e qualificação da zona em estudo com comércio e
equipamentos colectivos.
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Equipamentos
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A proposta de localização de equipamento público
visa reanimar e dar conteúdo a edifícios e áreas
que, pela sua localização, desempenham um papel importante
na estrutura da cidade.
Para a zona do plano proposto o objectivo será
o de reforçar a centralidade localizando os equipamentos de forte
impacto urbano, tanto a nível físico como funcional, em
pontos chave da zona que serão pólos de atracção
na vida urbana. Assim propõe-se:
-
Reformulação da Escola Básica
- Aquisição pela Câmara, da totalidade do edifício
e sua reconversão em Escola Básica integrada com um
Jardim de Infância, colmatando futuras carências neste
campo.
-
Construção de A.T.L. coordenado
com o equipamento escolar atrás mencionado.
-
Construção de um equipamento desportivo
que pode compreender um campo polidesportivo coberto ou dois campos
polidesportivos descobertos, numa zona central do plano.
-
Construção imediata de um Centro
de dia que fomente o convívio entre a população
da área do plano.
A escolha deste conjunto de instalações
permite não a recuperação e dignificação
de edifícios e sítio, mas também a reestruturação
e ordenamento das áreas adjacentes. Desta forma a coordenação
e integração esforços fica facilitada e será
possível realizar acções escalonadas no espaço
e no tempo que progressivamente contribuam para a salvaguarda e reabilitação
zona em estudo.
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Sistema Viário e Pedonal
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Aqui também, os problemas de circulação
e transporte só poderão ser eficazmente resolvidos através
das propostas do Plano de Urbanização. Todavia, e para
a área restrita da zona, adianta-se um conjunto de propostas
a implementar.
A proposta de ordenamento do sistema viário e pedonal tem como
objectivo geral melhorar a circulação e acessibilidade
à zona. As medidas propostas visam:
-
estruturar um sistema hierarquizado de vias que
se definem como:
vias estruturantes; vias de distribuição; vias pedonais
racionalizando a circulação e a utilização
do espaço público da rua;
-
criar em áreas periféricas zonas
de estacionamento devidamente tratadas, que permitam acolher os
veículos que na situação actual estacionam
em locais que provocam perturbações na vida urbana
e na circulação;
-
introduzir novas vias, essencialmente pedonais,
que melhorem a acessibilidade do peão permitindo a ligação
entre os vários espaços através dos arruamentos
existentes e interiores de quarteirões.
Todo este sistema se articula com a proposta de redefinição
dos espaços urbanos e localização dos principais
equipamentos existentes e a criar, ao mesmo tempo que se reforça
o carácter e vivência urbana da área.
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