CONTEXTO E PROGRAMA DO PLANO

A zona oriental da cidade de Lisboa, marcada especialmente pela industrialização do final do século XIX e início do século XX, apresenta alguns sinais de degradação e deformação, apresentando-se como um conjunto de fragmentos desgarrados e descaracterizados, que deverão ser evitados e corrigidos.

Referimo-nos às Vilas Operárias (Vila Dias, Vila Maria Luísa e Vila Amélia Gomes) e outro edificado que se encontra degradado, mas especialmente à excessiva fixação de habitação clandestina que constitui um elemento perturbador da imagem da cidade.

Uma das razões para esta zona ter chegado a este ponto, foi o facto de sempre ter representado um carácter marginal da cidade, fundamentado pela industrialização e por o lado oriental de Lisboa ter sido então encarado como a zona marginal e portanto excluída do centro da cidade.

Outra das razões, deve-se a uma estagnação económica e falta de investimentos, situação que se começou a inverter com a EXPO ’98, que estimula a ocupação na zona oriental, voltando de novo a cidade para o rio.

É portanto importante analisar o papel destas unidades de intervenção face a toda a zona oriental da cidade, bem como a importância da sua defesa e revitalização. Deve por isso o conjunto de iniciativas e actividades municipais, públicas ou privadas corresponder a estes objectivos, quaisquer que sejam os interesses envolvidos. Por outro lado, e com vista também à revitalização do local, os programas habitacionais, de equipamentos, serviços ou outras actividades realizados por parte do município deverão considerar este zona.

O programa de intervenção que se apresenta, assenta num conjunto de propostas de âmbito urbanístico; de actuação no tecido edificado, de alguma alteração e qualificação de usos do solo e de regulamentação das intervenções públicas e particulares.