SÍNTESE / DIAGNÓSTICO |
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A situação de isolamento e insalubridade caracteriza as duas unidades em estudo e tem reflexos, obviamente na dinâmica socio-económica e cultural. Se por um lado esses factores pesam negativamente na vivência do local e no desenvolvimento das actividades da população, por outro são características que moldaram esta zona da cidade e que a mantiveram identificável ao longo de décadas. Como nós indicamos no capítulo da evolução histórica, esta é uma zona da cidade muito descaracterizada por factores muito diversos. A estrutura das duas unidades é confusa e pouco integrada no território envolvente, mas a individualidade resultante torna-a atractiva e muito particular. É nesta dualidade entre o inacessível e a fácil permeabilidade que se concentrará muitos dos problemas a resolver na nossa proposta. A identidade das unidades formou-se em diálogo permanente entre o “espírito do lugar”, o seu local de implantação e a construção humana, que sem obedecer a um plano rigoroso, se foi dando de forma sistemática e orgânica, sem ser anárquica. Nas últimas décadas esse equilíbrio foi posto em causa com a ocupação ilegítima de terrenos anexos para a construção de mais divisões para a casa, a construção de oficinas e garagens ou a simples plantação de terrenos de uma forma desordenada. As ameaças de descaracterização do ambiente construído permanecem com a renovação do parque habitacional por propostas pouco qualificadoras e mal integradas no conjunto. É para evitar e resolver estas questões que elaboramos o presente plano com especificações muito abrangentes e dirigidas para a resolução destes problemas. Devemos realçar a importância que tem a preservação do património cultural num sentido mais vasto, pelo facto de as populações se sentirem ligadas e identificadas com o lugar em que residem, o que leva-nos a considerar o ambiente cultural propício à sua protecção e defesa. Para que estas unidades cumpram plenamente o seu papel dentro da organização da cidade será necessário suprimir importantes carências de equipamentos, visto que estes não existem ou estão desestruturados em relação a sua função. |
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O espaço público apresenta-se pouco organizado e na
maior parte dos casos são espaços que restaram de intervenções,
desestruturados e que não servem devidamente a população
que por eles circula. Não existe um projecto pensado para espaços
públicos, com regras ou desenho que unifique uma zona dentro
das unidades. A degradação do espaço influencia
claramente a vivência das populações, tanto mais
que essa população já está um pouco envelhecida
e com a sua mobilidade reduzida. |