
Vista aérea do local
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A zona da Vila Dias (H2), a sua envolvente e a zona
junto à Calçada do Grilo (G3) situam-se junto à
encosta da Madre de Deus, num território limitado a Nordeste
pela Calçada do Grilo e a Sudoeste pela encosta do Vale de Chelas.
Trata-se de um terreno fortemente marcado pela linha férrea existente,
espaço canal que separa as duas zonas de estudo.
A exposição de toda a zona a Sudeste
é bastante favorável, não só em termos de
insolação, como de protecção aos ventos
dominantes, e onde, as referidas zonas, integradas numa área
urbana que se desenvolve segundo um eixo paralelo ao rio, têm
como cenário o rio Tejo.
A morfologia urbana envolvente estrutura-se segundo
dois eixos viários longitudinais, a Av. Infante D. Henrique junto
ao rio e o eixo mais interior e de menor capacidade de tráfego
a R. de Xabregas, e também segundo vias perpendiculares ao rio,
como a Calçada do Grilo, importante acesso ao Bairro da Madre
de Deus. O caminho de ferro desenvolve se segundo um eixo paralelo ao
rio e constitui um elemento com forte influencia na morfologia urbana,
embora condicione bastante o desenvolvimento urbano.
A existência de áreas anteriormente pertencentes a quintas,
a presença de palácios e conventos, e a posterior industrialização
da zona ribeirinha foram importantes factores que definiram e consolidaram
a morfologia urbana hoje existente.
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No entanto, esta é uma zona que hoje se encontra bastante desqualificada
relativamente ao espaço público e ao próprio edificado
existente. O espaço público nesta área é
constituído somente pelas ruas e pela área dos passeios,
não existindo nenhum espaço definido para convívio
e lazer.
Os quarteirões, relativamente às zonas em estudo, não
têm uma estrutura regular, dispõem-se segundo o traçado
viário e o seu interior constitui, no caso do quarteirão
junto à Calçada do Grilo, espaços semi-privados
relativos à Vila Maria Luíza e ao espaço circundante
à Escola Primária n.º 20. Estes espaços interiores
são constituídos geralmente por manchas edificadas de
uso habitacional com condições de habitabilidade muito
abaixo do nível desejável, e até por um conjunto
de habitações de génese ilegal. De referir também,
a composição da frente do quarteirão adjacente
à Calçada do Grilo, por edifícios destinados a
armazenagem e pequenas oficinas e indústrias.
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Vila Dias |
A morfologia urbana desta área é condicionada pelo terreno
e pela presença do caminho de ferro. Trata-se de uma vila operária
que se situa junto à linha férrea, onde o edificado desenvolve-se
ao longo de um eixo paralelo ao caminho de ferro e que constitui a via
principal de acesso. Caracteriza-se por ser um espaço pobre,
do ponto de vista urbanístico, sendo o único elemento
urbano existente a rua, a qual suporta várias funções
como via de acesso, rodoviário e pedonal, espaço de estar
e de convívio, apesar das reduzidas dimensões que possui.
Relativamente ao edificado existente, esta é uma área
onde a presença de imóveis em mau estado de conservação
e de situações de construções abarracadas
contribuem para uma paisagem desqualificada.
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Vila Maria Luíza |
Este espaço urbano situa-se junto da Calçada do Grilo
e constitui um quarteirão com uma forma irregular, que se dispõe
segundo o traçado viário e delimitado a Norte pelo caminho
de ferro.
Trata-se de um quarteirão onde predomina o uso
habitacional e no qual se situa uma vila operária Vila Maria
Luiza e um importante equipamento escolar, sendo o edifício de
importante valor patrimonial Escola Primária n.º 20. Situam-se
também nesta zona algumas oficinas e pequenas indústrias,
assim como alguns edifícios destinados a armazenagem.
Esta é uma área em que a mancha edificada
localiza-se de forma dispersa, desorganizada do ponto de vista espacial,
facto que se deve à existência de habitações
ou situações de construção clandestinas,
que geralmente funcionam como anexos de habitações existentes,
e que resultam por vezes pela falta de condições de habitabilidade.
Os espaços não edificados no interior
do quarteirão assumem um caracter semi-privado, uma vez que os
acessos a estes se fazem através de uma única entrada/saída.
No entanto este é um facto que potencia uma forma de vivência
característica das vilas operárias sendo, portanto, um
factor positivo que importa manter. O espaço semi-privado é
constituído essencialmente por vias de acesso às habitações,
permitem a circulação de automóveis, mas suportam
também a função de espaço de convívio,
embora se possa considerar que num ou outro caso o espaço não
edificado tenha a forma de um pátio.
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