Página Pessoal
Centro Civico

Centro Cívico no Jardim do Palácio das Necessidades

Existe uma certa atmosfera e ambiente na calçada das necessidades, outra existente no centro cívico e outra na tapada. O projeto gira à volta de limitar os diferentes espaços e transitar entre as diversas velocidades.O projeto gira à volta de limitar diferentes espaços e de transitar diversas velocidades

O alçado leste, entrada pela calçada das necessidades foi semelhante senão idêntico ao primeiro exercício, uma porta que transita por dois mundos distintos, que mantém um espaço de pausa, um plano de cobertura e abrigo e um banco. Foi lhe dada uma maior magnitude, para se puder tornar num átrio e consigo trazer amplitude a uma rua um tanto estreita, visto que o edifício que ali irá permanecer trará com ele um novo fluxo de pessoas. Para a sua direção recorreu-se a uma linha de força que liga a avenida infante santo por uma longa escadaria até á calçada, abrangendo uma área de intervenção mais honesta e mais “à dimensão” da freguesia da estrela.

O edifício estende-se pelo muro da escola, um edifício muro, que pela descontinuidade do original e histórico qualifica e dá lhe um novo propósito. O muro demarca uma passagem e o feixe de luz que se esmorece à medida que nos vamos aproximando da entrada (trespassa da cobertura), vinca esse mesmo propósito. Na chegada depara-se com um longo corredor, que aponta para a sala dos serviços administrativos que pela volatilidade das suas funções se poderá tornará numa bilhetaria ou balcão de informações. O café permanece como um espaço mediador, central que distribuí para a sala polivalente funcionando como um local de espera, mas também para as passagens entre dentro e fora do centro cívico para a tapada e pontualmente para a sala de leitura. A sala polivalente, que compreendi que tivesse quase um caracter de metamorfose intrínseco, que se pudessem ocorrer rápidas alterações de atmosfera, e por isso indiquei a utilização de bancadas refretarias para ajudar a facilitar essas transformações. A luz na sala incide por várias claraboias na cobertura que rasgam a sala diagonalmente. A sala de leitura é o único espaço que salvaguarda uma vista, que assegura um vão que exerce o mesmo valor de um quadro e emuldura a paisagem, inspirado na sala onde permanecem os quadros Nymphéas de autoria de Claude Monet Musée de l'Orangerie.A luz no edifício circunscreve-se por traçados nas fachadas, que encetam a luminescência no projeto, permitem uma vista limitada mas asseguram a importância cirúrgica que se deve dar a um vão, privilegiando a sala de leitura.

Em todo o edifício a materialidade repete-se, o betão de cofragem em madeira de pinho novo, que lhe concede um ar sóbrio, sólido e presente, localizado num local que retêm tanto espirito, o centro cívico é brutal, brutal no sentido em que contrasta com a presença da tapada, dos seus relevos, das diferentes texturas e cores, barulhos e ruídos, eleva-se ao seu nível mas não se sobrepõe a ele deixando-o prevalecer

Tapada das necessidades
Fotografia com luz
Fotografia da Entrada