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Licenciatura em ARQUITECTURA DO
PLANEAMENTO URBANO E TERRITORIAL
5º ano REQUALIFICAÇÃO URBANA 1. Introdução A Requalificação
Urbana é uma área relativamente recente do Planeamento Local que está
associada à evolução da disciplina do Urbanismo, ao interesse crescente
pelo património histórico e ao processo de desindustrialização das cidades.
Trata-se, portanto, de uma forma de actuação associada à cultura urbana
e à capacidade de atracção e desenvolvimento sustentável dos territórios,
tendo em vista a regeneração dos tecidos físicos e sociais. A requalificação
no contexto urbano será, mais do que um processo ou uma forma de actuação,
um objectivo, um desejo. Pode dizer-se
que a cidade do século XXI já está desenhada. Cabe ao urbanista a
formulação de estratégias de intervenção nessa cidade, modernizando-a,
conferindo-lhe novas qualidades que correspondem a novos desejos sociais.
Como tal, a Requalificação Urbana
é uma das áreas do Planeamento Local com maior desenvolvimento e pode
ser vista como um ponto de convergência para outras ciências tais como
a Sociologia Urbana, a Geografia, o Ordenamento do Território, o Paisagismo
e a Economia Urbana. O propósito
desta disciplina é, então, apresentar uma visão contemporânea do Urbanismo,
com particular ênfase para a utilização do desenho como forma de actuação
em tecidos sociais complexos. Nesta disciplina há, assim, ocasião para
integrar muitos dos conhecimentos anteriormente adquiridos. A disciplina está
organizada para uma vertente prática, com apoio teórico como suporte
da intervenção a desenvolver. 2. Objectivos 2.1.
Sensibilização
para os valores do Ambiente e Cultura associados ao espaço urbano e
à requalificação; 2.2
Preparação
para a intervenção de requalificação urbana, desde a escala do território
(opções estratégicas) até ao contexto de desenho urbano; 2.3
Desenvolvimento de linguagens compositivas
que incorporem conhecimentos teóricos relevantes (percurso ideológico); 2.6
Estabelecer
elos comparativos entre as matérias leccionadas nas aulas teóricas e
os exercícios desenvolvidos nas práticas (metodologias, resultados,
etc). 3. Metodologia Prioridade à vertente prática facilitadora
do envolvimento dos participantes. A interacção dos estudantes entre
si e com investigadores e técnicos com experiência na área da Gestão
Urbanística será estimulada. É privilegiado
o trabalho prático integrado, sempre que possível, com outras disciplinas. O desenvolvimento
da disciplina de Requalificação Urbana conhece três fases distintas: i. Delimitação
do quadro global de referência da temática abordada, apoiado pela componente
de investigação; ii. Introdução
de temas específicos, ilustrados em casos práticos; iii. Interacção
entre os estudantes tendo por base resultados dos seus trabalhos de
investigação. 4. Conteúdo Programático 4.1.
O Contexto
Actual de Intervenção.
Tendências de Evolução e Transformação do Espaço Urbano. Complexidade
e Contradição nos Sistemas Urbanos. A Transição Paradigmática. Globalidade
e Localidade. A Era Informacional. A Utopia da Sustentabilidade. 4.2.
(des)industrialização. Transformação de Áreas Ribeirinhas e Portuárias.
Exemplos Europeus: Lisboa Ribeirinha, Porto, Barcelona, Paris – La Villette,
Londres – Docklands. 4.3.
A Terciarização
da Sociedade. Urbanismo
comercial e indústria do lazer. 4.4.
Espaço
Público e Cidadania.
Critérios de Qualidade, Padrões de Intervenção. Parâmetros e Indicadores
Urbanísticos. 4.5.
A Operacionalização.
Novas Ferramentas e Modalidades do Planeamento Territorial aplicadas
à Requalificação Urbana. O Programa PER, o POLIS, o DL 380/99. 4.6.
Monitorização. Medir a capacidade de concretização. Métodos
e Modelos de Apoio à Decisão. 4.7.
Para
uma (nova) Estética Urbana.
A invenção da cidade. Modelos ideais e realidades projectuais. O desenho
como actividade programática para o desenvolvimento urbano. 5. Avaliação A avaliação
é contínua e estará organizada em dois módulos de avaliação:
nota: Os
alunos que optem pela avaliação em exame final serão classificados com
base nos elementos de classificação que foram pedidos ao longo do ano,
incluindo um teste escrito (2 horas, sem consulta). 6. Estudos
de Caso. POLIS, Lisboa, Barcelona e Paris. A orientação para o estudo de casos visa o estabelecimento de um maior relacionamento entre a vertente teórica e prática da disciplina. Os estudos de caso serão trabalhados na aula, em três vertentes:
Barcelona será um exemplo central no tratamento de estudos de caso. Trata-se de uma cidade protagonista de um processo de requalificação urbana recente. A sobreposição de modelos e etapas históricas, por vezes coincidentes numa mesma área urbana, é uma das chaves para a leitura do urbano. Barcelona é uma cidade onde se pode observar com clareza os processos de Urbanização, associados a uma história local e ao próprio desenvolvimento da Ciência do Urbanismo e da Cultura Arquitectónica. A diversidade de escalas de actuação permite perspectivar a actividade urbanística desenvolvida, quer pelo período moderno, quer pela actualidade (2ª renovação), como um processo de desenvolvimento contínuo, que percorre e integra diversos sistemas urbanos (social, económico, ambiental). Modelo de análise comparativo com Paris e Lisboa. São propostas fundamentalmente três leituras da cidade:
7. Bibliografia
A
relativa novidade da disciplina justifica a inexistência de Bibliografia
de Referência que
foque os aspectos versados de forma suficientemente abrangente, pelo
que se opta por dar a conhecer alguns exemplos de actuação neste domínio,
bem como leituras dirigidas para pontos específicos do Programa. Propõe-se
que os alunos optem por consultar, no mínimo, uma referência
bibliográfica para cada ponto. Estará disponível, no Centro de Cópias
da FA/UTL, algum material bibliográfico e textos de apoio seleccionados.
A
consulta da Bibliografia não dispensa o acompanhamento das aulas. 7.1. Bibliografia Geral
ASCHER, François (1995), Métapolis ou l’Avenir
des Villes, Paris, Éditions Odile Jacob. DGOTDU
(2000), Vocabulário do Ordenamento do Território, Colecção “Informação”,
Lisboa. FERREIRA, Vítor Matias (1997), Lisboa, A Metrópole e o Rio, Lisboa, Bizâncio. MERLIN, Pierre e Françoise CHOAY (s.d.), Dictionaire
de l'Urbanisme et de l'Aménagement, Paris, P.U.F..
PRECEDO LEDO, Andrés (1996) 7.2. Bibliografia
Específica
7.2.1.
O Contexto Actual de Intervenção. BAUMAN, Zygmunt (1997), Postmodernity and its Discontents, Nova Iorque, New York University Press. BLOWERS, Andrew (ed) (1996), Planning for a sustainable development, Londres, Earthscan. CE - Comissão Europeia (1996), Cidades
Europeias Sustentáveis, Bruxelas, CE. CENTRE DE CULTURA CONTEMPORÀNIA DE BARCELONA
(1998), La Ciudad Sostenible, Barcelona. PUGH, Cedric (ed.) (1996), Sustainability, the Environment and Urbanization, Londres, Earthscan. SANTOS, Boaventura de
Sousa (1987), Um Discurso sobre
as Ciências, Porto, Afrontamento. SANTOS, Boaventura de Sousa (1994), Pela Mão de Alice: O Social e o Político
na Pós-Modernidade, Porto, Afrontamento. TAMAMES, Ramón (1997), A Reconquista do Paraíso – Para além
da Utopia, Lisboa, Editorial Notícias. WESTWOOD, Sallie e John Williams (Ed.) (1997), Imagining Cities, Nova Iorque, Routledge. 7.2.2. (des)industrialização. AJUNTAMENT DE BARCELONA (1996), Barcelona,
La Segona Renovació, Barcelona. AL NAIB, S. K. (Ed.) (1991), European Docklands, Londres, Polytechnic of East London. MENDES, Maria
Clara (1990), O Planeamento Urbano na Comunidade Europeia – Evolução
e Tendências, Lisboa, Publicações Dom Quixote Quaderns, nº 230 “Humo de Fabrica - Factory
Smoke, Barcelona”, 2001. ROWE, Peter et al (2001), Environments of Oportunity: Redevelopment on the Waterfront of Las Palmas de Gran Canaria, Cambridge, Massachusetts, Harvard University. 7.2.3. A
Terciarização da Sociedade. CARRERAS, Carlos (1992), “Consumo y Desarrollo
Comercial Urbano”, in Sociedade e Território – revista de
estudos urbanos e territoriais, nº17, pp.10-18. HARVARD PROJECT ON THE CITY (2001), “Shopping”, in A.A.V.V., Mutations, Bordéus, ACTAR / arc en rêve centre d’architecture, pp.124-183. UMBELINO, Jorge (1999), Lazer e Território,
Dissertação de Doutoramento, Série Estudos, n.º 1, Lisboa, Universidade
Nova de Lisboa, Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional,
pp. 103-153 e 168-181. 7.2.4. Espaço
Público e Cidadania. STEFULESCO, Caroline (1993), L’Urbanisme
Végetal, Paris, Institut pour le Dévelopment Forestier. 7.2.5. A
Operacionalização. CENTRO DE ESTUDOS TERRITORIAIS (1998), Implementação
do PER nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, Lisboa, ISCTE. DGDR (1996), Programas Urban e Reabilitação Urbana,
Revitalização de Áreas Urbanas em Crise, Lisboa. MINTZBERG, Henry (1994),
The Rise and Fall of Strategic Planning, Londres, Prentice Hall DL 380/99 – Regime
Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial 7.2.6. Monitorização. BANA e COSTA, Carlos (1993), Processo de
Apoio à Decisão: Problemáticas, Actores, Acções, palestra apresentada
no Seminário Pedro Nunes – Comissão Nacional para as Comemorações dos
Descobrimentos Portugueses. ICLEI (1996),
The local agenda planning guide, Toronto, ICLEI 7.2.7. Para
uma Estética Urbana. A.A.V.V. (2000), Utopie, Paris, Bibliothèque Nationale de France / Fayard. ASCHER, François (2001), Les nouveaux Principes de l'Urbanisme - La fin des villes n'est pas à l'ordre du jour, La Tour d'Aigues, Éditions de l'Aube. BACHELARD, Gaston (1958), La poétique de l´espace, Paris, PUF. CHOAY, Françoise, Jacques BRUN e Marcel RONCAYOLO, "Production de la ville", in RONCAYOLO, Marcel (Dir.) (2001), La Ville aujourd'hui - Mutations urbaines, décentralisation et crise du citadin, Paris, Seuil (1ª ed. 1985). DUTTON, Jonh (2000), New American Urbanism, Milão, Skira. FERREIRA, Catarina Teles (1998), Planeamento e Utopia, Dissertação de Mestrado, Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa. VALÉRY, Paul (1995), Discurso
sobre a estética - poesia e pensamento abstracto, Lisboa, Vega (discurso
proferido em 1937, no Congresso de Estética).
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